Pesquisa Operacional

A Pesquisa Operacional (PO) é a área de conhecimento que estuda, desenvolve e aplica métodos analíticos avançados que auxiliam na tomada de decisões nas mais diversas áreas de atuação humana. A PO surgiu como uma ciência para resolver problemas de alocação de recursos escassos durante a Segunda Guerra Mundial. No entanto, o avanço metodológico e computacional, aliado a constantes demandas de outras áreas, a PO se modernizou e ampliou seu campo de atuação. Atualmente o termo Pesquisa Operacional é também utilizado como uma tradução do termo em inglês Business Analytics (BA) (SOBRAPO).

Definição semântica do termo:

  • Pesquisa = método científico
  • Operacional = ações, tarefas

O objetivo da Pesquisa Operacional é estabelecer um processo de decisão para escolher a melhor das alternativas para a solução do problema.

A Pesquisa Operacional nos dá condições para:

  • Solucionar problemas reais;
  • Tomar decisões embasadas em fatos, dados e correlações quantitativas;
  • Conceber, planejar, analisar, implementar, operar e controlar sistemas por meio da tecnologia bem como de métodos de outras áreas do conhecimento;
  • Minimizar custos e maximizar o lucro;
  • Encontrar a melhor solução para um problema, ou seja, a solução ótima.

Aplicação da Pesquisa Operacional no setor florestal

No planejamento florestal, a PO auxilia os gestores florestais, de forma a atender as demandas de seus clientes. Atualmente é possível encontrar a PO sendo aplicada aos mais diferentes níveis de planejamento e problemas da cadeia de suprimentos florestal. Um exemplo prático das aplicações da pesquisa operacional é um exemplo real da empresa Prado Karton, empresa portuguesa do ramo de produção de papel e celulose. A empresa trabalha com rolos e folhas cortadas, atendendo dois mercados distintos. A pesquisa operacional foi usada no intuito de minimizar o desperdício de papel, causando a diminuição dos custos de produção.

Para atingir esse objetivo, determinou-se a quantidade e peso máximo de rolos a serem produzidos, de acordo com os padrões de corte especificados, levando-se em conta as restrições operacionais da gestão e as especificações dos clientes. Com essas informações elaboraram um modelo matemático para minimizar os custos da empresa. Após oito dias de aplicação do modelo verificou-se na produção de 700 toneladas de papel uma economia de 14 toneladas, reduzindo o desperdício a menos de 2%. Financeiramente, houve uma economia de sete mil euros nesse intervalo de oito dias. A partir desse exemplo fica fácil visualizar como a pesquisa operacional está presente no mercado e como dominá-la pode tornar uma empresa mais competitiva e lucrativa.

Um profissional que assume uma função em uma empresa logo se depara com situações onde deverá tomar algum tipo de decisão. Nesse sentido, tomar decisões é uma tarefa básica da gestão, nos seus vários níveis, estratégico, gerencial (tático) ou operacional, devendo ser entendido que o ato de decidir significa fazer uma opção entre alternativas de solução que sejam viáveis de serem aplicadas à situação. Contudo, apesar de cada gestor ter o seu próprio procedimento de análise e solução de problemas, pode-se, em geral, estabelecer algumas etapas que, necessariamente, devem ser observadas, configurando o que se denomina de papel do decisor:

  • Identificar o problema: talvez seja a etapa mais difícil, pois, diferentemente dos livros, os problemas na prática não estão, inicialmente, claros, definidos e delimitados;
  • Formular objetivo(s): nesta etapa devem ser identificados e formulados (muitas vezes matematicamente) quais são os objetivos que deverão ser atingidos quando da solução do problema;
  • Analisar limitações: na seqüência deve-se levantar quais são as restrições que limitarão as soluções a serem propostas. Comumente, essas limitações dizem respeito ao atendimento de tempo/prazo, orçamento, demandas, capacidades (transporte, produção e armazenamento), tecnologia (equipamentos e processos), inventários (matéria-prima, subconjuntos, work in process e produtos acabados), entre outros;
  • Avaliar alternativas: aqui, o decisor, após identificar quais são suas alternativas de ação, deverá, utilizando algum procedimento, escolher a “melhor solução” que poderá ser aplicada.

A escolha dentre alternativas pode seguir dois caminhos:

  • uma abordagem qualitativa: se aplica em problemas simples, corriqueiros, repetitivos, com pouco impacto financeiro ou social, onde é fundamental a experiência do decisor (ou de sua equipe de analistas) em situações anteriores semelhantes;
  • uma abordagem quantitativa: é recomendada quando os problemas são complexos, novos, envolvem grande volume de recursos humanos, materiais e financeiros, têm alto impacto no ambiente onde se insere (empresa ou sociedade).

Neste contexto é que a Pesquisa Operacional se insere, colaborando na formação de um profissional que deverá desenvolver um procedimento coerente e consistente de auxílio à tomada de decisão a ser adotado no decorrer da sua carreira. A pesquisa operacional trata de problemas de decisão e faz o uso de modelos matemáticos que buscam representar um problema real. Incógnitas são definidas e as relações entre elas são estabelecidas de forma que descrevam o comportamento do sistema. O modelo produz a solução e o passo seguinte é a validação do modelo, para verificar se as soluções obtidas com são compatíveis com a realidade. As soluções obtidas com a programação matemática apoia o processo de decisão, mas alguns fatores tangíveis e não quantificáveis, também devem ser levados em conta para a decisão final, pois modelos não substituem tomadores de decisão.

Quando nos vemos em situações nas quais uma decisão precisa ser tomada entre um leque de opções possíveis e conflitantes, duas alternativas se apresentam: usar a intuição gerencial ou utilizar o processo de modelagem a fim de realizar simulações alterando as variáveis do problema para encontrar a solução ótima. As duas opções devem ser utilizadas conjuntamente para aperfeiçoar os processos de tomada de decisões.

Benefícios do uso da otimização

  • Redução de custos: otimizar os processos possibilita a identificação e eliminação de desperdícios. Dessa forma, recursos mal-empregados começam a ter o destino correto. Além disso, fatores que comprometem a produtividade, como gargalos, erros, falhas e atrasos, são percebidos com mais facilidade. A partir do momento que você conhece os problemas e suas causas, consegue traçar um plano de ações para resolvê-los. Assim, há redução de custos e aumento da produtividade e, consequentemente, uma redução do tempo de entrega (lead time) para o cliente.
  • Redução de riscos: a otimização de processos e a correção das falhas decorrentes de sua execução também levam à redução de riscos. A padronização das atividades ajuda a garantir que haja o menor risco de erros humanos, acidentes de trabalho, investimentos mal realizados e reincidência de falhas nos processos, por exemplo.
  • Aumento da eficiência: a capacidade de entregar produtos e serviços com qualidade e rapidez é bastante estudada na otimização de processos. Corrigir falhas e padronizar a execução das atividades são apontadas como soluções para gerar mais resultados em menos tempo, mas com qualidade superior.
  • Melhoria de resultados: o aprimoramento dos resultados é outro grande benefício da otimização de processos. Assim, a organização é capaz de oferecer maior qualidade aos clientes por um custo reduzido, através de um trabalho de alto valor. Por consequência, a empresa consegue se posicionar melhor no mercado, se destacar de seus concorrentes e aumentar as vendas. Além disso, o cliente tem uma experiência muito melhor e fica ainda mais satisfeito com a sua marca.
  • Aumento da Capacidade de Resolução de Problemas: quando os processos não são otimizados e padronizados, é bem mais difícil reconhecer a verdadeira causa dos problemas. Processos otimizados facilitam a elaboração de ações para resolver problemas e aumentam os resultados da organização.
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